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terça-feira, 30 de junho de 2009

Carta para as futuras gerações

[Enviado pela Professora Maria da Conceição]

Carta para as futuras gerações
Ilya Prigogine
(Caderno Mais, Folha de São Paulo, 30/01/2000)
Escrevo esta carta na mais completa humildade. Meu trabalho é no domínio da ciência. Não me da qualquer qualificação especial para falar sobre o futuro da humanidade. As moléculas obedecem a ''leis". As decisões humanas dependem das lembranças do passado e das expectativas para o futuro. A perspectiva sob a qual vejo o problema da transição da cultura da guerra para uma cultura de paz - para usar a expressão de Federico Mayor - se obscureceu nos últimos anos, mas continuo otimista.

De qualquer forma, como poderia um homem da minha geração - nasci em 1917- não ser otimista? Não vimos o fim de monstros como Hitler e Stalin? Não testemunhamos a miraculosa vitória das democracias na Segunda Guerra Mundial? No final da guerra, todos nós acreditávamos que a História recomeçaria do zero, e os acontecimentos justificaram esse otimismo.

Os marcos da era incluem a fundação da Organização das Nações Unidas e da Unesco, a proclamação dos direitos do homem e a descolonização. Em termos mais gerais, houve o reconhecimento das culturas não européias, do qual derivou uma queda do eurocentrismo e da suposta desigualdade entre os povos "civilizados e os ''não-civilizados". Houve também uma redução na distância entre as classes sociais, pelo menos nos países ocidentais.

Esse progresso foi conquistado sob a ameaça da Guerra Fria. No momento da queda do Muro de Berlim, começamos a acreditar que enfim seria realizada a transição da cultura da guerra para a cultura da paz. No entanto a década que se seguiu não tomou esse rumo. Testemunhamos a persistência, e até mesmo a ampliação, dos conflitos locais, quer sejam na África, quer nos Bálcãs. Isso pode ser considerado, ainda, como um resultado da sobrevivência do passado no presente. No entanto, além da ameaça nuclear sempre presente, novas sombras apareceram: o progresso tecnológico agora torna possível guerras travadas premindo botões, semelhantes de alguma forma a um jogo eletrônico.

Sou uma das pessoas que ajudaram a formular as políticas científicas da União Européia. A ciência une os povos. Criou uma linguagem universal. Multas outras disciplinas, como a economia e a ecologia, também requerem cooperação internacional. Fico, por isso, ainda mais atônito quando percebo que os governos estão tentando criar um exército europeu como expressão da unidade da Europa. Um exército contra quem? Onde está o inimigo? Por que esse crescimento constante nos orçamentos militares, quer na Europa, quer nos Estados Unidos? Cabe às futuras gerações tomar uma posição sobre isso. Na nossa era, e isso será cada vez mais verdade no futuro, as coisas estão mudando a uma velocidade jamais vista. Vou usar um exemplo científico.

Quarenta anos atrás, o número de cientistas interessados na física de estado sólido e na tecnologia da informação não passava de umas poucas centenas. Era uma "flutuação", quando comparado às ciências como um todo. Hoje, essas disciplinas se tornaram tão importantes que têm conseqüências decisivas para a história da humanidade.

Crescimento exponencial foi registrado no número de pesquisadores envolvidos nesse setor da ciência. E um fenômeno de proporção sem precedentes, que deixou muito para trás o crescimento do budismo e do cristianismo.

Em minha mensagem às futuras gerações, gostaria de propor argumentos com o objetivo de lutar contra os sentimentos de resignação ou impotência. As recentes ciências da complexidade negam o determinismo; insistem na criatividade em todos os níveis da natureza. O futuro não é dado.

O grande historiador francês Fernand Braudel escreveu: ''Eventos são poeira". Isso é verdade? O que é um evento? Uma analogia com ''bifurcações", estudadas na física do não equilíbrio, surge imediatamente. Essas bifurcações aparecem em pontos especiais nos quais a trajetória seguida por um sistema se subdivide em ramos". Todos os ramos são possíveis, mas só um deles será seguido. No geral não se vê apenas uma bifurcação. Elas tendem a surgir em sucessão. Isso significa que até mesmo nas ciências fundamentais há um elemento temporal, narrativo, e isso constitui o "fim da certeza", o título do meu último livro. O mundo está em construção e todos podemos participar dela.

Metáforas úteis como escreveu Immanuel Wallerstein: ''É possível - possível, mas não certo - criar ou construir um mundo mais humano e igualitário, melhor ancorado no racionalismo material". Flutuações do nível microscópico decidem que ramo emergirá em cada ponto de bifurcação, e portanto que evento acontecerá. O apelo às ciências da complexidade não significa que estejamos sugerindo que as ciências humanas sejam "reduzidas" à física. Nossa empreitada não é de redução, mas de reconciliação. Conceitos introduzidos das ciências da complexidade podem servir como metáforas muito mais úteis do que o tradicional apelo a metáforas newtonianas.

As ciências da complexidade, assim, conduzem a uma metáfora que pode ser aplicada à sociedade: um evento é a aparição de uma nova estrutura social depois de uma bifurcação; flutuações São o resultado de ações individuais.

Todo evento tem uma ''microestrutura''. Tomemos um exemplo histórico a Revolução Russa de 1917. 0 fim do regime czarista poderia ter tomado diferentes formas, e o ramo seguido resultou de diversos fatores, tais como a falta de previsão do czar, a impopularidade de sua mulher, a debilidade de Kerensky, a violência de Lênin. Foi essa microestrutura, essa flutuação, que determinou o desfecho da crise e, assim, os eventos que a ela se seguiram.

Desse ponto de vista, a história é uma sucessão de bifurcações. Um exemplo fascinante de como isso transcorre é a transição da era paleolítica para a neolítica, que aconteceu praticamente no mesmo período em todo o mundo (esse fato é ainda mais surpreendente dada a longa duração da era paleolítica). A transição parece ter sido uma bifurcação ligada a uma exploração mais sistemática dos recursos minerais e vegetais. Muitos ramos emergiram dessa bifurcação: o período neolítico chinês, com sua visão cósmica, por exemplo, o neolítico egípcio, com sua confiança nos deuses, ou o ansioso período neolítico do mundo pré-colombiano.

Toda bifurcação tem beneficiários e vítimas. A transição para a era neolítica trouxe a ascensão de sociedades hierárquicas. A divisão do trabalho implicou em desigualdade. A escravidão foi estabelecida e continuou a existir até o século 19. Ainda que o faraó tivesse uma pirâmide como tumba, seu povo era enterrado em valas comuns.

O século 19, da mesma forma que o 20, apresentou uma série de bifurcações. A cada vez que novos materiais eram descobertos - carvão, petróleo ou novas formas de energia utilizável-, a sociedade se transformava. Será que não se poderia dizer que, tomadas como um todo, essas bifurcações conduziram a uma maior participação da população na cultura' e que de lá por diante as desigualdades entre as classes sociais nascidas na era neolítica começaram a diminuir?

Homem e natureza No geral, bifurcações são a um só tempo um sinal de instabilidade e um sinal de vitalidade em uma dada sociedade. Elas expressam também o desejo por uma sociedade mais justa. Mesmo fora das ciências sociais, o Ocidente preserva um espetáculo surpreendente de bifurcações sucessivas. A música e a arte, por exemplo, mudam a cada 50 anos. O homem continuamente explora novas possibilidades, concebe utopias que podem conduzi-lo a uma relação mais harmoniosa entre homem e homem e homem e natureza. E esses são temas que ressurgem constantemente nas pesquisas de opinião sobre o caráter do século 21.

A que ponto chegamos? Estou convencido de que estamos nos aproximando de uma bifurcação conectada ao progresso da tecnologia da informação e a tudo que a ela se associa como a multimídia, robótica e inteligência artificial. Essa é a "sociedade de rede", com seus sonhos de aldeia global.

Mas qual será o resultado dessa bifurcação? Em qual de seus ramos nos encontraremos? A palavra "globalização" cobre uma grande variedade de situações diferentes? E possível que os imperadores romanos já estivessem sonhando com globalização, uma cultura única dominando o mundo. A preservação do pluralismo cultural e o respeito pelo outro exigirá toda a atenção das gerações futuras. Mas há outros riscos no horizonte.

Cerca de 12 mil espécies de formigas são conhecidas hoje. Suas colônias variam de algumas centenas a muitos milhões de indivíduos. E interessante notar que o comportamento das formigas depende do tamanho da colônia. Em colônias pequenas, a formiga se comporta de forma individualista, procurando comida e a levando de volta ao ninho. Quando a colônia é grande, porém, a situação muda e a coordenação de atividades se toma essencial. Estruturas coletivas surgem espontaneamente, então, como resultado de reações autocatalíticas entre formigas que produzem trocas de informação medidas quimicamente.

Não é coincidência que nas grandes colônias de formigas ou térmites os insetos individuais se tomem cegos. O crescimento populacional transfere a iniciativa do indivíduo para a coletividade.

Por analogia, podemos nos perguntar qual será o efeito da sociedade da informação sobre nossa criatividade individual. Há vantagens óbvias nesse tipo de sociedade - basta pensar na medicina ou na economia. Mas existe informação e desinformação. Como diferenciá-las? Claramente, isso requer cada vez mais conhecimento e um senso crítico desenvolvido. O verdadeiro precisa ser distinguido do falso,o possível do impossível. O desenvolvimento da informação significa que estamos legando uma tarefa pesada às futuras gerações. Não devemos permitir que surjam novas divisões resultando da ''sociedade de redes" baseada na tecnologia da informação. Mas é preciso igualmente examinar questões mais fundamentais.

Em sentido geral será que a bifurcação reduzirá a distância entre os países ricos e os pobres? A globalização será caracterizada pela paz e democracia ou por violência, aberta ou disfarçada? Cabe às futuras gerações criar as flutuações que determinarão o rumo do evento correspondente à chegada da sociedade da informação.

Minha mensagem às futuras gerações, portanto, é de que os dados não foram lançados e que o caminho a ser percorrido depois das bifurcação ainda não foi escolhido. Estamos em um período de flutuação no qual as ações individuais continuam a ser essenciais.

Quanto mais a ciência avança, mais nos espantamos com ela. Fomos da idéia geocêntrica de um sistema solar para a heliocêntrica, e de lá para a idéia das galáxias e, por fim, para a dos múltiplos universos. Todos já ouviram falar do Big Bang. Para a ciência, não existe um evento único, e isso conduziu à idéia de que múltiplos universos podem existir. Por outro lado, o homem é até agora a única criatura viva consciente do espantoso universo que o criou e que ele, por sua vez, pode alterar. A condição humana consiste em aprender a lidar com essa ambigüidade. Minha esperança é de que as gerações futuras aprendam a conviver com o espanto e com a ambigüidade.

A cada ano, nossos químicos produzem milhares de novas substâncias, muitas das quais derivadas de produtos naturais - um exemplo da criatividade humana no seio da criatividade natural como um todo. Esse espanto nos leva a respeitar os outros. Ninguém é dono da verdade absoluta, se é que essa expressão significa alguma coisa. Acredito que Richard Tarnes esteja certo: ''A paixão mais profunda da alma ocidental é redescobrir a unidade com as raízes de seu ser''.

Essa paixão leva à afirmação prometéica do poder da razão, mas a razão pode também conduzir à alienação, a uma negação daquilo que dá valor e significado ávida. Cabe às futuras gerações construir uma nova coerência que incorpore tanto os valores humanos quanto a ciência, algo que ponha fim às profecias quanto ao ''fim da ciência'', ''fim da história" ou quanto ao advento da ''pós-humanidade''.

Estamos apenas no começo da ciência, e muito distantes do tempo em que se acreditava possível descrever todo o universo em termos de algumas poucas leis fundamentais. Encontramos o complexo e o irreversível no domínio microscópico (tal como associado às partículas elementares), no domínio macroscópico que nos cerca e no domínio da astrofísica. Cabe às futuras gerações construir uma nova ciência que incorpore todos esses aspectos, porque, por enquanto, a ciência continua em sua infância.

Da mesma forma, o fim da história poderia ser o fim das bifurcações e a realização das visões de pesadelo de Orwell ou Huxley quanto a uma sociedade atemporal que perdeu sua memória. Cabe às futuras gerações manterem-se vigilantes para garantir que isso jamais aconteça. Um sinal de esperança é o de que o interesse pela natureza e o desejo de participar da vida cultural jamais foi maior do que hoje. Não precisamos de nenhum tipo de pós-humanidade. Cabe ao homem tal qual é hoje, com seus problemas, dores e alegrias, garantir que sobreviva no futuro. A tarefa é encontrar a estreita via entre a globalização e a preservação do pluralismo cultural, entre a violência e a política, e entre a cultura da guerra e a da razão. São responsabilidades pesadas.

Uma carta às gerações futuras é sempre e necessariamente escrita de uma posição de incerteza, de uma extrapolação arriscada do passado. No entanto, continuo otimista. O papel dos pilotos britânicos foi crucial para decidir o desfecho da Segunda Guerra Mundial. Foi, para repetir uma palavra que usei com freqüência nesse texto, uma ''flutuação". Confio em que flutuações como essa surgirão sempre, para que possamos navegar seguros entre os perigos que hoje percebemos. É com essa nota de otimismo que eu gostaria de encerrar minha mensagem.

Cabe às futuras gerações construir uma nova coerência que incorpore tanto os valores humanos quanto a ciência, algo que ponha fim às profecias quanto ao ''fim da ciência'', ''fim da história'' ou até quanto ao advento da pós-humanidade.

(...)


Conta comigo, Ilya.

sábado, 27 de junho de 2009

A UNESCO e as Bibliotecas

As bibliotecas são essenciais ao fluxo livre de idéias e à manutenção e aumento da disseminação do conhecimento. Como depositárias de livros e outros materiais impressos, elas são a chave para a promoção da leitura e da escrita. A UNESCO promove o trabalho das bibliotecas há 60 anos.

O desenvolvimento das tecnologias de informação, e em particular o desenvolvimento da Internet, tem contribuído para um ambiente completamente novo, no qual o papel dos serviços tradicionais de informação devem ser amplamente revisados. O potencial das redes de informação, de cooperação e de digitalização modifica substancialmente as funções de aquisição, preservação e disseminação da informação e do conhecimento. Assim, deve ser dada especial atenção aos países menos desenvolvidos para que os mesmos não fiquem para deixados para trás diante dos avanços tecnológicos.

Desenvolvimento de Capacidade das Bibliotecas
Manifesto de Bibliotecas Escolares
Manifesto de Bibliotecas Públicas

Fonte: Unesco Brasil

[Indicado por Clavedesol10. Alguém sabe que é?rsrsrs]

GOOGLE: A história do negócio de mídia e tecnologia ....

[Galera, eu Diego, estou lendo o livro que conta a história do Google. O mais curioso é fato de dois jovens de vinte e poucos anos terem criado o mais potente Sistema de Recuperação de Informação. A princípio, como pude constatar até agora na leitura, poucos acreditavam no sucesso do projeto. Para se ter uma ideia, os dois criadores do Google, Lary Page e Sergey Brin, tentaram vender o projeto deles para o yahoo e excite, sabe por quanto? 1 milhão de Dólares. Agora olhá quanto vale o Google hoje e onde estão seus concorrentes?! Incrível! Mais uma curiosidade: você sabia que o nome do Google está errado? É isso mesmo, era para ser G-O-O-G-O-L - que significa 1 seguido de 100 zeros - porém eles eram ao registrar a marca e acabou ficando assim mesmo.
Bom, não vou falar mais sobre o livro pois quero despertar sua curiosidade (veja abaixo a sinopse do livro) Taí, esta é minha sugestão de leitura para vocês! E você, que livro recomenda? Envia-nos sua sugestão!]


GOOGLE: A história do negócio de mídia e tecnologia ....

Ferramenta indispensável para quem precisa fazer algum tipo de pesquisa pela internet, o Google se tornou mais do que o nome de uma empresa: virou sinônimo para busca, com a popularização mundial do termo googlear. O desenvolvimento de outros produtos, como o Gmail, que seduz usuários com sua promessa de capacidade ilimitada de correio eletrônico, fez de Sergey Brin e Larry Page – os sócios-fundadores da Google Inc. – dois nomes conhecidos em boa parte do planeta. Em Google – A história do negócio de mídia e tecnologia de maior sucesso de nossos tempos, David A.. Vise e Mark Malseed narram a trajetória da dupla desde a época em que se conheceram, na Universidade de Stanford, e mostram como eles revolucionaram o acesso à informação.

Para escrever o livro, os autores se basearam em entrevistas, gravações em áudio e vídeo, documentos públicos e privados, textos publicados na internet e e-mails. Ao todo, foram ouvidas mais de 150 pessoas. A lista inclui funcionários e ex-funcionários da empresa, investidores, concorrentes, parceiros, analistas financeiros de Wall Street, executivos e diretores do Google, professores e administradores da Universidade de Stanford, especialistas em tecnologia e cientistas, entre outros. Também há depoimentos de amigos, familiares, colegas de turma e gente que conviveu profissionalmente com Larry e Sergey. Como resultado do trabalho, no qual a ferramenta Google foi bastante usada, os leitores encontram uma obra focada muito mais no aspecto humano da história do que no lado técnico.

Ao longo da narrativa, é possível descobrir como, a partir da afinidade intelectual entre Larry Page e Sergey Brin, nasceu uma empresa sólida, que só registrou crescimento desde a sua fundação, em 1998. Tendo como base o desejo de armazenar todo o conteúdo da internet e o desenvolvimento de um programa chamado PageRank, os dois conseguiram colocar no mercado uma ferramenta de busca tão eficiente que deixou para trás concorrentes como AltaVista e até mesmo a gigante Microsoft. Seguindo à risca o lema "Não seja mau", o Google criou uma nova filosofia de negócio, defendida com afinco por seus fundadores e pelo CEO Eric Schmidt. Graças a uma forma diferente de pensar – todos os funcionários podem dedicar 20% do seu tempo de trabalho para projetos independentes – foram lançados produtos de sucesso como Google News, voltado para busca de notícias, e Froogle, específico para compras online. Os planos para o futuro da corporação incluem dois projetos em andamento: a expansão para a China e a cooperação com o projeto Genoma, de mapeamento de genes.

No fim do livro, três apêndices trazem mais informações sobre o Google. O primeiro deles reúne 23 dicas que ajudam os usuários a fazerem buscas mais precisas utilizando a ferramenta. Entre os conselhos, como regular o filtro SafeSearch, que serve para censurar páginas de pornografia, por exemplo; a maneira de transformar o Google em uma agenda telefônica, um tradutor de textos ou um dicionário; e truques para refinar ainda mais a pesquisa. No segundo apêndice, os leitores encontram um modelo de teste de aptidão para os laboratórios da empresa, enquanto o terceiro apresenta mais dados sobre as finanças da companhia.


Livro: GOOGLESub Titulo: A história do negócio de mídia e tecnologia ....
Autor: David A.Wise e Mark Malseed
Tradução:Gabriela Fróes
ISBN:978-85-325-2149-1
Páginas:352
Formato : 14x21
Preço : R$ 42,50

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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Biblioteca e cidadania

[...] FREQUENTAR UMA BIBLIOTECA, APESAR DE TODAS AS VANTAGENS, PARECE QUE ESTÁ CAINDO EM DESUSO
——————————————————————————–

Já houve tempos em que a biblioteca exerceu a função de espaço para constituição de cidadania. Lá os jovens se encontravam, trocavam ideias e se informavam, na condição mais igualitária possível. Livro,
revista, jornal, espaço, serviço da bibliotecária, mesa para ler e escrever e saguão para conversar. Tudo gratuito.
Frequentar uma biblioteca, apesar de todas as vantagens descritas acima, parece que está caindo em desuso.
Para substituir esse saudável hábito, as livrarias estão tomando ares de biblioteca. As modernas têm até poltrona e sofá, onde se pode consultar ou ler um pouco, além de barzinho para tomar café com bolinho. Tudo tão parecido com as bibliotecas de antigamente!
Sei que a internet preenche uma parte dessas funções, mas nem todas.
Falta o calor do olhar e do som das vozes. A tendência dessas novas livrarias confirma o prazer de manusear livros, de ler trechos sem compromisso, mas com conforto, e de trocar ideias ao vivo.
Qual será o problema das bibliotecas que são inauguradas em série pelos governos, mas parecem não desabrochar? Será que funcionam de forma insatisfatória porque são pouco frequentadas ou são pouco frequentadas porque funcionam de forma insatisfatória? Não vou
resolver esse dilema.
Certas funções que elas exerciam continuam sendo importantes. Sua ausência representa falta de espaço público protegido para que possa haver socialização em torno de informações e de ideias.
Era nos saguões e no entorno das bibliotecas que se falava de música, cinema e teatro -difundindo posições e opiniões.
Conversar em volta da estátua do saguão da Biblioteca Municipal de São Paulo era fazer parte de uma geração, de uma turma: era uma identidade. Ali se folheavam revistas, liam-se livros clássicos e modernos e faziam-se anotações para os livros que se sonhava escrever.
Quero frisar que esse jeito tão democrático de encontro possibilitou a várias gerações de jovens oriundos dos quatro pontos da cidade o acesso à cultura e à cidadania. Só custava a condução para chegar até lá.
Os entornos de biblioteca que conheci poderiam hoje se chamar de shopping center de ideias e de bons hábitos culturais. Grande parte dos professores da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), da USP, até hoje se reconhece como integrante da “geração biblioteca”. Nas últimas décadas, comprar livros tornou-se mais comum do que era antigamente. Será que a biblioteca foi ficando com cara de “coisa de pobre”?
E onde fica o novo saguão das bibliotecas? Será que as livrarias como a Cultura, a da Vila ou a Martins Fontes estão conseguindo ocupar esse espaço? Na Antiguidade, existia a praça ou o mercado, onde se trocavam ideias e informações. Onde é a nossa praça? A primeira resposta que aparece é que está na internet. Serão coisas equivalentes? Vai ver são…
A reflexão sobre a diferença entre internet e praça de encontro fica para outra coluna.
ANNA VERONICA MAUTNER , psicanalista da Sociedade Brasileira de
Psicanálise de São Paulo, é autora de “Cotidiano nas Entrelinhas” (ed.Ágora)
Folha de São Paulo do dia 18/06/2009
[Artigo sugerido por Rafael Penido]

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Oração do Bibliotecário

Oração do Bibliotecário



Senhor, tu me deste o dom da paciência e,

Mais do que ela, o de ouvidor;

De silenciar e de achar justificativas

Para cada "típico" usuário da informação

Que busca o meu auxílio.

Eu sou o elo entre a informação e a necessidade do usuário.

Eu sou o seletor dos documentos.

Eu sou o intérprete dos desejos alheios.

Faze, Senhor, que eu me policie diante da vontade

De interferência na necessidade de outrem.

Eu sou o leitor telegráfico e assíduo de tudo a que tenho acesso.

Faze, Senhor, com que eu saiba discernir entre o necessário

E o desnecessário, a fim de atender às pessoas.

Eu sou o protagonista de cenas isoladas e pesquisas exaustivas.

Faze, Senhor, com que eu possa ser assistido

Pelas pessoas certas.

Senhor, permite que eu me mantenha fiel

Ao compromisso de informar, indistintamente,

A todos que procurarem por uma informação.

Permite que eu não vacile diante dos trabalhos exaustivos.

Que eu não esmoreça diante das críticas.

Que eu não duvide da capacidade

De servir aos amantes da informação.

Permite que eu seja criativa a cada novo sol,

E, quando dele me afastar,

Seja porque me aproximei de ti para sempre.

Amém!


Autora: Maria Aparecida Sell

[Enviado por Reinaldo, Geraldo, geraldim, sei lá...]













[ Publicação da foto foi autorizada pelo Reinaldo]

Arquivos de e-Book: formatando padrões

[A juliana, nossa monitora de SISTEMAS DE RECUPERACAO DA INFORMACAO, nos enviou este artigo que ela mesma produziu, e que será publicado pela revista: E-COM - Revista Científica do Departamento de Ciências da Comunicação do UNI-BH. Leiam, está muito bom!!!]


Arquivos de e-Book: formatando padrões[1]
Archives e-Book: formatting standards



Juliana Lopes de Almeida Souza*


Resumo
Neste artigo, o objetivo é entender o livro eletrônico como um título, obra ou arquivo. Apresentamos o arquivo e-Book com o conceito de livro digital ou livro eletrônico. Posteriormente, avaliamos os e-Books e os comparamos aos livros impressos, de tal forma que, a partir das pesquisas, procuramos um padrão de formato de leitura mais utilizado: encontramos o PDF. Apresentamos as funções do PDF, como um formato padrão, que possui a qualificação de ISO 32000. Identificamos assim o motivo que o faz ser tão utilizado para visualização de arquivos e-Books, isto é, o fato de possuir mais recursos que os outros formatos.

Palavras-chave: e-book; livro digital; formatos digitais.

Abstract
In this article, the goal is to understand the title as an electronic book, or work file. Introducing e-Book file with the concept of a digital book or electronic book. Subsequently, E-Books evaluate and compare the books printed, so that from the research, looking for a standard format used for reading more: the PDF. Introducing the functions of the PDF as a standard format, this has the qualification of ISO 32000. Identified so that is why being so used for viewing and file e-Books, has more resources than other formats.

Keywords: e-book, digital books, digital formats.

*Mestranda em Ciência da Informação na Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG.
Graduada em Comunicação Social, habilitação Produção Editorial, pelo Centro Universitário de Belo Horizonte – UNI-BH.

Leia na íntegra clicando aqui.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Tecnologias Paralelas

O futuro da ciência da informação e da comunicação depende de como será a articulação para inserção das tecnologias novas no seu agir cotidiano. As tecnologias da informação e da comunicação com elevado teor de inovação e convencimento estão definitivamente inseridas no contexto das duas áreas, hoje tão dependentes destas tecnologias que poderíamos afirmar que o futuro de suas práticas se anuncia no presente. As mudanças na tecnologia, ocorridas durante os últimos anos, reorganizam estes campos e os métodos associados ao próprio pensar do estudo da informação e da comunicação.

O modelo tecnológico inovador é tão fechado que induz a um distanciamento alienante de como ele opera ou se opera no melhor sentido. Se o discurso da ciência traz uma promessa de verdade, o da tecnologia traz consigo uma promessa de felicidade, de melhoria das condições de vida para o homem, de conforto material.

No caso das tecnologias de informação ou de comunicação, se o objetivo declarado é promover o acesso universal à informação e diminuir a dívida da inclusão social, este objetivo passa a ser uma decisão de status tecnológico da sociedade. Não é passível de dúvida ou contraposição. A autoridade tecnológica julga e condena quem quer se introduzir no conhecimento do processo em si. Se as suas conseqüências são ditas benéficas para a sociedade, questioná-las é quase pouco decente.

Esta é uma constatação da prática diária, não uma concordância com uma circunstância em que, para determinadas áreas, a tecnologia se transforme em ideologia. O que procuramos indicar é a existência de uma forte dependência tecnológica e que esta tecnologia atinge as duas áreas de modo diferente, embora estejam entrelaçadas.

As ditas tecnologias da informação e comunicação, enunciadas sempre como sendo unificadas em seus efeitos, na verdade são duas manifestações tecnológicas que operam em conjunto.

As novas tecnologias da informação estão relacionadas, por exemplo, à criação da informação. A utilização do computador aproxima as linguagens do pensar e do editar a informação, quando a sua concepção e inscrição ocorrem na tela do computador, onde estão representadas por evanescentes pixels de fósforo em uma tela. Ali é tamanha a sua impermanência que pensamento e linguagem se aproximam.

As estruturas da informação admitem novos contornos, com o hipertexto e as linguagens multimídia, com a possibilidade digital de se ter, no mesmo documento, texto, som e imagem. O fluxo de informação, antes uni-direcionado e sucessivo nos seus eventos, permitia ao receptor somente uma interação mediada e uma avaliação de qualidade ao final do processo. O receptor depositava sua necessidade de informação, induzido pelo mediador que traduzia o seu desejar em uma linguagem acessória, com toda a perda de conteúdo que isso pudesse trazer aos anseios do receptor.

O controle da linguagem natural com seus aparatos esotéricos e fetiches operacionalizados para um ocultar da linguagem normal do homem trazia ruídos na comunicação dos desejos de informação do usuário. O receptor, antes um espectador do sistema de armazenamento e recuperação, agora com as tecnologias da informação participa do processo, quando, do desenvolver do próprio processo, sem mediação, passa a ser o único árbitro de suas necessidades informacionais e da relevância a elas associadas, tudo em tempo real.

Por outro lado as tecnologias da comunicação limitaram muito os meios intransitivos, aqueles que não respondem. A ausência de intercâmbio com o receptor foi assombrada pela interatividade e pela conectividade em velocidades que se aproximam do infinito.

O meio não é mais a mensagem. A interatividade permite uma inter-atuação multitemporal com os fatos, idéias e ocorrências de um cotidiano global. O receptor tem acesso às "fontes" e, mutuamente, estabelecem lá um dialogo de seu interesse, também, sem intermediários: arranja a sua mensagem de uma maneira subjetivamente individualizada por suas preferências, independente dos canais formais de uma comunicação solitária.

Os intermediários das mensagens, com a interatividade em tempo real, foram liberados, para encontrar um melhor fazer, como todos os demais intermediários da informação: o vendedor da loja, o atendente do banco, o professor, quando, em sala ditando regras preso a um quadro negro e apostilhas pré-fabricadas, os intermediários dos diferentes acervos documentais e os que estão por vir.

A conectividade cibernética, na comunicação, traz a vizinhança universal imediata. A comunicação com a mesa ao lado pode ser tão eficiente quanto com meu colega de informação na Finlândia. Toda a relação de tempo e espaço da comunicação se modifica e se liberta da forma.


Estar em um espaço comunicacional é uma decisão minha, que pode ser modificada na velocidade de um apertar botões. Passado e futuro desabam no presente fazendo deste a única dimensão do tempo no espaço de comunicação.


Tecnologias aproximadas que se cruzam em benefício do receptor. Várias profissões e áreas do conhecimento necessitam se reorganizar para não desaparecer. Quais serão os conhecimentos de um profissional da informação, seja ele um servidor de acervos documentais ou um devoto dependente dos meios de massivos de comunicação. Tecnologias associadas com alta e rápida capacidade de mutação. Profissionais que marcham para o (in)finito, caso permaneçam parados.

por Aldo Barreto
Disponível na Revista eletrônica Data Grama Zero.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Nossa escola...

Foto da fachada da Escola de Ciência da Informação (ECI) da UFMG
Galera, são poucos os que têm a oportunidade de estudar em uma universidade de qualidade como a UFMG.
Vamos valorizar esta oportunidade!!! Biblio ideia na cabeçaaaaaaaa!!!!!

Brasileiros passam mais tempo na internet

O número de brasileiros com acesso à internet em casa ou no trabalho atingiu a marca de 44,5 milhões de pessoas em maio. Desse total, 34,5 milhões usaram a internet no mês passado em pelo menos um desses dois ambientes. Os dados são de pesquisa do Ibope Nielsen Online, que pela primeira vez apresentou os resultados da medição também no local de trabalho. O tempo de navegação do brasileiro, considerando os dois ambientes, foi de 40 horas e 41 minutos em abril, o que mantém o Brasil na liderança de uso da rede, de acordo com o instituto. Considerando os brasileiros de 16 anos ou mais de idade com posse de telefone fixo ou móvel, o Ibope projeta a existência de 62,3 milhões de pessoas com acesso à internet em qualquer ambiente (residências, trabalho, escolas, lan-houses, bibliotecas e telecentros).


Agência Estado

terça-feira, 9 de junho de 2009

ATENÇÃO: nunca faça isso...

Rasgados, sujos de tinta, com bordas queimadas, rabiscados, mastigados por cachorros, com anotações nas margens... Livros assim podem ser encontrados na exposição intitulada "Marginalia and other crimes",organizada pela biblioteca da Universidade de Cambridge, na Inglaterra.
Nela, podemos verificar atrocidades que leitores fazem com livros emprestados, incluindo deixá-los molhados, sujá-los de tinta e, até, apresentá-los com folhas comidas por pássaros.
É intrigante, inclusive, perceber a ironia em algumas partes da exposição. De um lado, um livro infantil daqueles de plástico que as crianças podem levar para o banho; junto a ele, uma frase: "OK for bath". Ao lado, um livro comum, totalmente acabado por ter sido molhado; junto a ele, esta frase: "not OK for bath".
Abaixo, alguns exemplares danificados por leitores irresponsáveis:







Fonte: viscerasliterarias.com

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Busca da Informação





Como Usar o Google

Tutorial de pesquisa básica e avançada na Internet, utilizando a busca do Google. Inclui dicas de como interpretar os resultados. Clique aqui!


Guia WEB
Fornece dicas e sugestões rápidas para a recuperação de informações em pesquisas na Web. Explica o uso de operadores de pesquisa booleana, truncamento, expansão e restrição de resultados. Clique aqui!

sábado, 6 de junho de 2009

Palestra na ECI (junho 2009)


Oi pessoal,

O professor Alberto Ávila Araújo organizou, entre os dias 08 e 10 de junho, a visita à ECI do professor Armando Malheiro, da Universidade de Porto.


"Graduado em História pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e em Filosofia pela Faculdade de Filosofia de Braga da Universidade Católica Portuguesa. Pós-graduado em Biblioteconomia e Arquivologia pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e Doutor em História Contemporânea de Portugal pela Universidade do Minho, aprovado com distinção e louvor. Professor da Secção Autónoma de Jornalismo e Ciências da Comunicação, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Destaca-se no Brasil como professor convidado, pesquisador colaborador, orientador e consultor ad hoc em projetos de diversas universidades, a exemplo da UFBA, UFES, UFPB, UFPE, onde integra equipes de estudos em Arquivologia e Ciência da Informação".

Mais informações aqui.



Nesses dias o professor Armando Malheiro irá proferir três palestras, a saber:


08/06 - 14:30 - A experiência do curso de Ciência da Informação da Universidade de Porto;

09/06 - 19:30 - As relações entre Biblioteconomia, Arquivologia e Museologia no âmbito da Ciência da Informação;

10/06 - 08:00 - Literacia.

Local: Auditório Azul


Oportunidade legal, né pessoal? Nos encontramos no auditório azul!

=)

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Nova funcionalidade

Nova funcionalidade. A cada dia o blog vai se aperfeiçoando. Ele é nosso galera!
Agora podemos visualizar as apresentações de slides no blog. Para que isso seja possível vocês tem que enviar a apresentação para o e-mail biblio2011@gmail.com. Alguns slides talvez não seja aceito porque o sistema é Beta e está em teste, mas por enquanto...

Ah, sem essa de © Copyright, viu?? Vamos difundir o conhecimento. Afinal, nosso nome é BIBLIOIDEIA, certo?




Narradores de Javé:

Artigo indicado pelo Rafael Penido.

Carolina Assunção e Alves*

Resumo

Uma das potencialidades do cinema é a de possibilitar, a partir de uma narrativa ficcional, leituras análogas da realidade. O filme Narradores de Javé, dirigido por Eliane Caffé (2004), revela, entre outras coisas, uma problemática real brasileira: a dificuldade de se conservar a História, a memória e, conseqüentemente, a identidade de grupos sociais fundados na oralidade dos casos contados de geração para geração. O objetivo deste artigo é propor reflexões acerca dessa questão nas culturas sem fontes oficiais e sem registros.

*Carolina Assunção e Alves é jornalista e mestranda em Análise do Discurso da Pós-graduação em Estudos Lingüísticos, na Faculdade de Letras da UFMG.

Leia na íntegra aqui

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Bibliotecas e bibliotecários

As bibliotecas sofrem inúmeros problemas, vamos desde os preconceitos, passando pela colonização do país, cultura, problemas sociais e econômicos, até os políticos, administrativos e tecnológicos.As soluções são possíveis e viáveis bastas conhecê-las e encará-las, estabelecendo as metas e trabalhando por elas. Os solucionadores sem dúvida são os profissionais da biblioteconomia e ciência da informação, que devem apresentar as propostas e projetos para direcionar a biblioteca no seu caminho de disseminação de conhecimento, informação e até entretenimento e cultura.A tecnologia sem dúvida vem modificando a atuação e funcionamento das bibliotecas e seus profissionais, mas não podemos afirmar que serão extintas ou que os bibliotecários serão inúteis ou terão que mudar o nome para cientistas da informação ou algo parecido. Estas são apenas afirmações daqueles que querem ser os modificadores do mundo os fazedores de opinião, todos poderosos que determinam a direção que o ser humano deve tomar senhores da inteligência e da intelectualidade, verdadeiros ditadores autoritários que querem impor seu pensamento em detrimento e negação de milênios de história.O tempo passa e todas as ciências sofrem modificações e evolução, devemos encarar de forma normal e positiva a entrada de novas tecnologias que fatalmente sempre estarão surgindo. As mesmas vêm apenas somar e facilitar o trabalho dos bibliotecários e não para diminuir ou dividir os esforços dos profissionais que detêm o conhecimento e a função de disseminá-lo. Exemplificando análogamente ao que ocorre atualmente, podemos dizer que quando Gutemberg inventou a imprensa, logicamente os copistas ou escribas acharam que iriam perder seus empregos e funções, nada ocorreu, na verdade tiveram suas funções e empregos multiplicados pelo crescimento editorial, devendo o mesmo fato ser o resultado das atuais inovações implantadas nas bibliotecas e centros de informação.
Quando precisar de leitura, entretenimento, informação, cultura, conhecimento, ou for realizar qualquer tipo de pesquisa, procure um profissional de Biblioteconomia.O Bibliotecário é o único profissional que pode garantir a qualidade da informação.

12 de março
Dia do Bibliotecário

Fonte:Everaldo Bianchi, Bibliotecário da Faculdades Hoyler
Disponível: Aqui

segunda-feira, 1 de junho de 2009

FIM DO MUNDO DO FIM

Como os escribas continuarão, os poucos leitores que no mundo havia vão mudar de profissão e adotar também a de escriba. Cada vez mais os países serão compostos por escribas e por fábricas de papel e de tinta, os escribas de dia e as máquinas de noite para imprimir o trabalho dos escribas. Primeiro, as bibliotecas transbordarão para fora das casas; então, as prefeituras resolvem (já estamos vendo tudo) sacrificar as áreas de recreação infantil para ampliar as bibliotecas. Depois sucumbem os teatros, as maternidades, os matadouros, as cantinas, os hospitais. Os pobres aproveitam os livros como tijolos, grudam-nos com cimento e constróem paredes de livros e moram em casebres de livros. Então acontece que os livros transbordam das cidades e entram nos campos, vão esmagando os trigais e os campos de girassóis, o Ministério da Viação mal consegue que os caminhos fiquem desimpedidos entre duas paredes altíssimas de livros.
Às vezes uma parede cede e há espantosas catástrofes automobilísticas. Os escribas trabalham sem trégua porque a humanidade respeita as vocações e os impressos já chegam à beira do mar. O Presidente da República telefona para os presidentes das repúblicas e propõe inteligentemente jogar no mar o excedente de livros, o que se faz ao mesmo tempo em todas as costas do mundo. Assim os escribas siberianos vêem seus impressos jogados no oceano glacial e os escribas indonésios etc. Isto permite aos escribas aumentarem sua produção, porque volta a haver espaço na terra para armazenar livros. Não pensam que o mar tem fundo, e que no fundo do mar começam a amontoar-se os impressos, primeiro em forma de pasta aglutinante, depois em forma de pasta aglutinante, depois em forma de pasta consolidante e, finalmente, como um chão resistente embora viscoso, que sobe diariamente alguns metros e acabará por chegar à superfície. Então, muitas águas invadem muitas terras, produz-se uma nova distribuição de continentes e oceanos, e presidentes de diversas repúblicas são substituídos por lagos e penínsulas, presidentes de outras repúblicas vêem abrir-se imensos territórios a suas ambições etc. A água do mar, tão violentamente obrigada a espalhar-se, evapora-se mais do que antes, ou procura repouso misturando-se aos impressos para formar a pasta aglutinante, a tal ponto que um dia os capitães de longo curso percebem que seus navios avançam lentamente, de trinta nós descem para vinte, para quinze, e os motores arquejam e as hélices se deformam. Afinal, todos os navios param em diferentes pontos dos mares, encalhados na pasta, e os escribas do mundo inteiro escrevem milhares de impressos explicando o fenômeno, cheios de uma grande alegria. Os presidentes e os capitães resolvem transformar os navios em ilhas e cassinos, o público vai a pé, por cima dos mares de papelão para as ilhas e os cassinos onde orquestras de música típica argentina e de música local amenizam o ambiente refrigerado e se dança até altas horas da madrugada. Novos impressos se amontoam à beira do mar, mas é impossível metê-los na pasta e assim crescem muralhas de impressos e nascem montanhas à beira dos antigos mares. Os escribas percebem que as fábricas de papel e de tinta vão falir e escrevem com uma letra cada vez menor, aproveitando até os cantos mais imperceptíveis de cada papel. Quando a tinta acaba, escrevem a lápis etc; ao acabar o papel, escrevem em tábuas e ladrilhos etc. Começa a difundir-se o hábito de intercalar um texto em outro para aproveitar as entrelinhas, ou se apagam com lâminas de barbear as letras impressas, para utilizar novamente o papel. Os escribas trabalham devagar, mas são em tal quantidade que os impressos já estabelecem uma nítida separação entre as terras e os leitos dos antigos mares. Na terra vive precariamente a raça dos escribas, condenada a extinguir-se, e no mar estão as ilhas e os cassinos, isto é, os transatlânticos onde se refugiaram os presidentes das repúblicas, e onde se celebram grandes festas e se trocam mensagens de ilha a ilha, de presidente a presidente, e de capitão a capitão.

Por: Julio Cortazar

(Fonte: CORTÁZAR, Julio. Fim do mundo do fim. In:____. Histórias de cronópios e famas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.)
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